Descrição: Cada época opta por um passado, cada existência nova transfigura a herança que dele recebe, atribuindo-lhe um novo futuro, conferindo-lhe um novo significado”. (ARON, Raymond) O tempo da memória é social e cultural. O indivíduo lembra aquilo que o grupo transmite e aquilo que vive e signifique. Assim, tempo e espaço existem nas lembranças. O tema memória vem ganhando espaço, principalmente pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação. A necessidade de possibilitar o acesso aos registros produzidos pelo esquecimento ao decorrer do tempo proporcionou a criação das instituições de memória, que deveriam preservar os registros do conhecimento humano nas suas mais diversas formas de materialização (RODRIGUES, 2012, p.495). A memória institucional, por sua vez, possibilita a construção de significados no ambiente organizacional. O impulso no desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, observado nas últimas décadas, provocou a ruptura das noções de tempo e espaço e profundas mudanças nas relações sociais, nas formas de ver, ouvir, sentir e se relacionar. De acordo com Almeida (2006, p.33), este é um tempo de opções; de unicidade e pluralismo; de combinação de tradição e inovações; de deslocamento dos indivíduos em relação aos seus referenciais normativos; de carência de modelos identificatórios. A memória institucional é o tema deste projeto e sua relação com a realidade sociocultural na qual está inserida a questão que pretendemos investigar. Ou seja, a partir da documentação escrita em atas esboçar-se-á uma síntese da Memória dos Reitores da UFPB, de suas relações variáveis com a estrutura social e cultural. Nessa travessia a memória poderá (ou não) confirmar e legitimar o que já é conhecido, e ainda propiciar novas concepções a respeito de sua existência. Assim, o trabalho da memória vai se compondo através da documentação escrita nas atas, reportagens discursos e, também, em entrevistas e depoimentos com alguns reitores da UFPB, articulando memória com a lembrança. Deste modo, entram em cena os aspectos instituintes que concorreram para que a UFPB tomasse forma, lançando sobre eles um olhar processual, na perspectiva do tempo. Prática que tem ocorrido em várias IES no Brasil, a exemplo da UFBA; UFRN, USP; UFMG; PUC-SP; UFRJ; UNB, entre tantas outras cuja preocupação com suas memórias fizeram instituir, seus Centros de Memórias, enquanto política institucional.

NOS TEARES DA MEMÓRIA: percorrendo os caminhos do livro, do autor, do leitor, das
editoras, das livrarias e bibliotecas na Paraíba do século XX

Orientações de pesquisa em andamento